A moda das dietas e a era em que tudo faz mal

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Leio muitos textos sobre os benefícios e malefícios dos alimentos. Vejo que muitas vezes estudos aparecerem desmistificando o que antes acreditávamos.

Vira e mexe ouvimos coisas do tipo: carne vermelha faz mal, carne de porco faz mal, trigo é um veneno, não consuma glúten, não consuma grãos, o leite é só para bebês, corte os carboidratos da sua dieta, e a partir disso surgem as dietas: Dieta detox, dieta paleolítica, dieta sem glúten, e por aí vai.

No meio de tantas informações ficamos confusos sobre o que fazer, no que acreditar.

 

Entendendo nosso passado e nossa realidade atual

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Evoluímos para armazenar energia, evoluímos acostumados a gastar quase toda essa energia em busca de alimentos.

No momento em que as máquinas surgiram, a fome e a desnutrição passou a ser algo longínquo na sociedade moderna. Temos acesso fácil a comida. Portanto, não precisamos gastar nossa energia em busca dela, podemos pegar o telefone e receber uma refeição de 5 mil calorias em casa sem nem ter saído do sofá (vai uma pizza?).

Hoje, um brasileiro de classe média tem acesso a refeições mais variadas e nutritivas do que as dos nobres nos castelos medievais.

Fartura e sedentarismo, gula e preguiça criaram as raízes da epidemia de obesidade que assola o mundo. Novembro de 2016 foi o primeiro mês dos tempos modernos em que a expectativa de vida diminuiu em relação à do mês anterior, nos Estados Unidos – segundo um artigo do Dr Drauzio Varella, médico cancerologista, formado pela USP.

Sem disposição nem coragem para admitir que comemos mais do que o necessário e que andamos menos do que deveríamos, procuramos uma saída mágica que nos mantenha saudáveis.

 

Que a verdade seja dita

 

Nossa busca por nos manter saudáveis incentivou os estudos sobre os alimentos.

Estes estudos são definitivamente importantes, porém graças a internet, a maioria dos estudos são apresentados à nós como se apontassem conclusões definitivas: Num dia, o ovo é uma bomba de colesterol prestes a explodir as coronárias; no outro, asseguram que tem alto valor nutritivo. A carne de porco, que já foi a mãe de todos os males, está reabilitada; a de boi enfrenta suspeitas.

Mas está errado olhar para esses estudos dessa forma, porque há a necessidade de pesquisas mais complexas e profundas para realmente validá-las.

De acordo com o Dr. Drauzio Varella, “a confusão acontece porque esses estudos costumam ser observacionais. Neles, são analisadas as características dietéticas de uma população e as enfermidades que a afligem. Em ciência, publicações desse tipo são consideradas apenas geradoras de hipóteses. Para confirmá-las, são fundamentais os estudos prospectivos, randomizados, muito mais complexos, dispendiosos e demorados.”

 

 

O que fazer então ? No que acreditar?

A moda das dietas e a era em que tudo faz mal - Equilibrio imgCom tantas informações desconectadas, com tantas teorias sendo vistas como verdades, o Dr. Drauzio Varella recomenda comer frutas, saladas e verduras com liberalidade; do resto, de tudo um pouco.

Procure comer o que sua avó considerava comida. – Dr. Drauzio Varella

Ou seja, sem dietas pessoal.

Agora uma dica minha, a partir de tudo o que tenho visto e lido, o segredo para uma vida saudável é o equilíbrio! Aquela velha história de um prato colorido e sem exagerar em nada, sem deixar que seu corpo sinta falta de nada.

Se quer ir mais a fundo, veja o que seu corpo realmente necessita: se você é alguém ativo, vai precisar de mais calorias, se você é alguém com problemas de tireoide então provavelmente não vai comer couve todos os dias, se você é alguém com gastrite acredito que vai querer tirar alimentos ácidos de sua dieta.

Cada um de nós tem uma realidade, e precisamos encontrar o equilíbrio de forma individual.

E vocês concordam com isso?

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